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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

espeleologia no brasil

O homem das cavernas
É difícil contar a história da humanidade sem se deparar com as cavernas. Inicialmente temos o exemplo dos homens pré-históricos, que utilizavam as grutas como abrigo ou local para os seus rituais. Essa tradição teve ampla distribuição no passado, podendo ser comprovada em vários locais do Brasil e do mundo. Aliás, essa é outra característica das cavernas: conseguir preservar os vestígios nela deixados. A arte rupestre e as manifestações das civilizações antigas podem ser hoje admiradas e estudadas graças à proteção das grutas contra a ação do tempo. O mesmo fenômeno explica a preservação de fósseis da fauna extinta, que encontraram no mundo subterrâneo o local perfeito para se conservarem.
Os primeiros pesquisadores
Com o passar do tempo, ampliou-se o leque de utilização das cavernas. Algumas passaram a ser exploradas na busca do salitre para a fabricação de pólvora, outras na busca pela água, refúgio de animais de criação etc. Mas foi somente no início do século XX que o homem passou a tratar das cavernas como uma ciência. Neste contexto, cabe ao francês E. A Martel o título de "pai da espeleologia". Seus trabalhos sobre as cavernas abriram um novo caminho para os pesquisadores e aventureiros do passado. Com ele surgiram outros pesquisadores que trataram de áreas específicas da espeleologia, como a bioespeleologia (Jeannel e Racovitza), a geoespeleologia e as técnicas de exploração (Norbert Casteret e Robert de Jolly).
No Brasil, os primeiros trabalhos surgiram em 1835, com as pesquisas do naturalista dinamarquês Peter Wilhelm Lund, na região de Lagoa Santa e Curvelo. Seus trabalhos tinham objetivos predominantemente voltados para a paleontologia, contudo suas descrições e mapas das cavernas permitem atribuir um caráter espeleológico às atividades de Lund.
Da mesma forma, o alemão Ricardo Krone realizou seus levantamentos nas grutas do sul de São Paulo, entre os anos de 1895 e 1906. Coube a ele o primeiro cadastro espeleológico brasileiro, sendo registradas 41 grutas.
O surgimento dos grupos e da SBE
Em 1937 é criada a SEE (Sociedade Excursionista e Espeleológica da Escola de Minas de Ouro Preto, iniciando uma nova fase na espeleologia nacional. A partir de então, os trabalhos passariam a ser desenvolvidos dentro de grupos, que começaram a se organizar de uma forma mais concreta a partir da década de 60. Em 1964 é realizado o primeiro congresso brasileiro de espeleologia, na Gruta da Casa de Pedra, em São Paulo.
Mas foi somente em 1969 que surgiu a Sociedade Brasileira de Espeleologia, com o objetivo de congregar os grupos e organizar as diretrizes da espeleologia nacional. A partir de então surgem grupos em diversas partes do país, notadamente nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
Na virada do milênio, já são mais de 2.000 grutas conhecidas no Brasil e um potencial muito superior para novas descobertas. São ambientes de forma e conteúdo variados, ricos pela diversidade de suas formações minerais, beleza cênica e variedade biológica. Todo um registro da atuação do ambiente ao longo de milhares e milhões de anos, devidamente arquivados sob a terra. Mais uma riqueza que precisa ser valorizada, nesse imenso patrimônio natural